Nossos músicos falam sobre o projeto. Confira!
“O Projeto JAM no MAM é um divisor de águas na música instrumental baiana, pois após a sua implementação, a música e os músicos ganharam um espaço para se expressar com liberdade, e o público ganhou um programa maravilhoso, com custo baixíssimo. Os músicos de fora que participam da JAM ficam boquiabertos, dizendo que nunca viram algo parecido na vida deles. Outro aspecto importante é a oportunidade para novos talentos estrearem na música instrumental, movimento que é muito incentivado pelo diretor Ivan Huol. Os meus sábados têm sido preenchidos com esta excelente programação, melhorando a minha vivência com este estilo, proporcionando encontro com músicos e músicas de todos os cantos do planeta.” – André Becker (sax alto e flauta da banda Geleia Solar)
"Difícil falar da Jam no MAM apenas enquanto músico e educador. Por esse aspecto, ela já teria um valor imenso, não só para mim, mas para algumas gerações de músicos que por ali passaram e que ali se formaram e se formataram enquanto improvisadores, músicos e artistas. A lista é imensa e se renova a cada sábado. Sendo professor do curso de Música Popular da Escola de Música da UFBA, é clara a percepção de que a Jam no MAM é uma grande universidade ao ar livre, com conteúdos diversos e metodologia pedagógica incrivelmente eficiente. Mas a Jam no MAM é muito mais do que isso. Ela é um patrimônio cultural da ‘Cidade da Bahia’ e assim deveria ser tratada”. – Rowney Scott (sax soprano e tenor da banda Geleia Solar)
“O que dizer sobre a JAM no MAM? Para mim é muito complicado definir a importância desse evento/projeto, pois ele praticamente fez o músico que sou hoje. A convivência privilegiada com aqueles a que sempre admirei me ensinou tanto ao longo destes anos...! Tanto no tempo em que eu era adolescente – e acompanhava sem perder um sábado sequer, cada nota e melodia que eles executavam – quanto agora, fazendo parte da banda. A JAM no MAM hoje é mais do que um encontro de músicos para o exercício da improvisação, da livre criação. É um órgão vital para a cultura da cidade de Salvador, uma espécie de pulmão da nossa cultura viva. Ali não se expressa necessariamente ("apenas") a linguagem do jazz como se conhece no exterior, não; ali, a nossa musicalidade mestiça, ancestral e complexa traça um paralelo e ao mesmo tempo cria um diálogo com o mundo; ali somos aldeia e universo ao mesmo tempo.” – Paulo Mutti (guitarra da banda Geleia Solar).
“A JAM no MAM nasceu, cresceu, deu frutos e, com o passar dos quase 20 anos, se transformou em um evento de grande importância na cena cultural de Salvador. É como se fizesse parte da vida comum das pessoas comuns da Soterópolis. Como se fosse o cheiro do azeite de dendê no fim de tarde, o som da batucada no buzu, essas coisas. Quantas figuras vindas de vários lugares do planeta aparecem e dão um show, tanto no papel de artistas quanto no papel de público? Todos sempre muito interativos! A importância da JAM na minha vida é percebida em várias faces. Uma primeira face, óbvia, é a importância no meu desempenho como músico, compositor/instrumentista. Sem essa frequência semanal, estando exposto a inúmeros desafios a cada sessão, dificilmente eu manteria uma prática tão intensa e constante, que contribui enormemente com a qualidade do meu desempenho e com a minha maneira de tocar, sem falar na imensa inspiração proporcionada pelo contato com tantos músicos maravilhosos, inclusive me levando a apresentar um projeto de pesquisa que resultou no meu trabalho para o Mestrado Profissional em Música da Escola de Música da UFBA. Uma segunda face se percebe na dimensão pedagógica, na formação de novos músicos. O espaço da JAM permite que jovens músicos entrem em contato com a música instrumental e vocal, que, naquele ambiente, é direcionada, sobretudo, para a criatividade individual através da improvisação, fazendo a ponte com músicos mais experientes e de estilos distintos, coisa que dificilmente seria possível no mainstream musical baiano. Uma terceira face nota-se na sensibilização do público que frequenta a JAM. Abrir os ouvidos para um estilo musical que não encontra respaldo nas mídias tradicionais e perceber as interações entre os diversos atores musicais decorrentes desse estilo criativo, no qual cada música é apresentada de diversas formas, às vezes na mesma performance, não tem preço.” – Ivan Bastos (spalla e baixo da banda Geleia Solar)