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Arte da JAM no MAM Arte da JAM no MAM

O que rolou na JAM no MAM de 28/12

A última JAM no MAM do ano foi um sucesso, dentro e fora do palco. O ambiente estava tão agradável que até uma pequena chuva que deu as caras na passagem de som, pouco antes das 18h, foi motivo de alegria.

JAM no MAM - Dezembro 2019 - Foto Pedro Gabriel

Músicos a postos, chuva passageira, não deu outra: O público foi chamado a compartilhar o espaço do palco (coberto) com os músicos e a equipe técnica, já que uma das nossas coberturas não foi montada – afinal, o dia estava lindo e sem previsão de chuva... O palco ficou pequeno para tanta gente, mas o clima era de uma cumplicidade ímpar, e todos passaram por 15 minutos de “aconchego” até que o céu se abrisse de novo.

Guimo Migoya na JAM no MAM - Dezembro 2019 - Foto Pedro Gabriel

A noite musical então começa com clima de “concerto jazzístico”, já que a abertura foi de “música ensaiada”, num tom um pouco diferente de uma jam habitual. Nosso convidado especial, o baterista Guimo Migoya, chegou para mostrar porque, durante todos os anos que morou em Salvador, foi um dos músicos mais solicitados da cena musical local. Tanto na música popular quanto na instrumental.

Só que, neste sábado, a música popular se encontrou com a instrumental, dando esse show de presença e mostrando que, na terra do axé, o axé da JAM no MAM está em alta!
 
Guimo fez um tributo ao baterista estadunidense Steve Gadd, uma de suas maiores influências. Gadd reinou absoluto no cenário instrumental/pop mundial nos anos 80/90. Foi com Gadd que Chick Corea (pianista estadunidense) fez um dos seus melhores álbuns, o LP Three Quartets, em que Gadd faz um dos mais bonitos solos da bateria moderna.

Guimo Migoya na JAM no MAM - Dezembro 2019 - Foto Pedro Gabriel

Acompanhado de André Becker, Luizinho Assis e Ivan Bastos, Migoya selecionou um repertório com músicas do grupo Steps Ahead, com destaques para “Pools” (Don Grolnik), uma canção do próprio Guimo e “Na Dianteira”, de Bastos.

Para fechar a participação, “os Guedes” Felipe e Gabi, guitarra e percussão, respectivamente, além de Matias Traut no trombone, se juntaram ao quarteto para tocar “Chameleon” (Herbie Hancock/ Bennie Maupin/ Harvey Mason). Destaque para o lindo dueto de Matias e Fred Dantas, que chegou de fininho, numa demonstração explícita de carinho e respeito mútuo.

Fred Dantas na JAM no MAM - Dezembro 2019 - Foto Pedro Gabriel

Fred Dantas, nosso grande trombonista, havia sido “convocado” a participar da JAM ainda na sexta-feira passada, durante uma entrevista ao vivo de Guimo na Rádio Metrópole. No sábado de JAM, ele chegou chegando, deixando saudosos os contemporâneos do Bar Vagão e da Banda Chameleon, que norteavam toda a cena jazzística da cidade há algumas décadas, e que tinha os próprios Fred e Guimo na formação principal.

Bem, a apresentação não estaria completa sem o solo do convidado especial da noite. Guimo Migoya então fecha com chave de ouro sua participação com um improviso seguido de solo (literal), em que mostra todo seu potencial! São poucos os músicos que conseguem esse “monólogo musical” sem perder o fio da meada e mantendo a plateia num êxtase total!

JAM no MAM - Dezembro 2019 - Foto Pedro Gabriel

Passada a primeira hora, segue-se uma JAM no MAM repleta de (bons) músicos, a postos para dar canja. Fernando Miranda, ao trompete, mais uma vez se fez presente e em alto estilo. Fox, saxofonista alemão, foi uma grata surpresa para quem estava lá, assim como o mineiro Fred Selva, no raro vibrafone (instrumento gentilmente levado pela produção da JAM para Fred tocar).

JAM no MAM - Dezembro 2019 - Foto Pedro Gabriel

Muito legal também foi a participação do quarteto Jazz na Carta – formado por Sebastian Silva, Son Andrade, Gabriel Martins e Haniel Teonorio – e seu inconfundível (e indefectível) figurino. Vindos de Brasília numa Kombi (não tão indefectível assim...) e em busca de lugar para tocar, encontraram na JAM tudo, e um pouco mais, do que queriam. Haniel Teonorio no flugelhorn foi o primeiro a tocar. Ao som de “Tutu” (Miles Davis), muita coisa boa aconteceu, inclusive a participação de Lorena Martins à bateria e André Tang, nosso canjeiro mais fiel, no bongô.

Já na penúltima canção, a canja de Miguel na bateria, dando um show de swing pop/funk na conhecidíssima “Cantaloupe Island”.

A “bonus-track” da noite ficou por conta de Morotó Slim e sua guitarra baiana, junto com Mário Soares ao violino, tocando a marcha/frevo “Taiâne”, do mestre Osmar Macêdo, com participação dos velhos Ivans Bastos e Huol, experientes músicos do jazz carnavalesco do MicroTrio.

Às 21h30, momento de dizer “até a próxima JAM no MAM”, que acontece no dia 25 de janeiro! E que 2020 seja “menos pior” que esse distópico 2019! Até já!

JAM no MAM - Dezembro 2019 - Foto Pedro Gabriel

Fotos Pedro Gabriel (@pedrogabriellc / @clickspg)

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