Os melhores momentos dos 20 anos da JAM no MAM
Quase como um ritual para abrir os caminhos, “Cordeiro de Nanã”, de Mateus Aleluia e Dadinho, foi tocada no começo da jam session do sábado passado (31/08), que comemorou os 20 anos da JAM no MAM. Palco repleto de músicos incríveis, pátio cheinho de gente sedenta por música, tempo firme e o cenário que só o Solar do Unhão consegue oferecer! Não tinha como dar errado.
Como prometido, uma super banda Geleia Solar com configuração extraoficial, turbinada e estrelada homenagearia ao longo da noite os músicos que nessas duas décadas dividiram (entre si e com o público) a arte da improvisação jazzística com maestria. Então a note já começou com um time de peso formado por Letieres Leite, André Becker, Fernando Isaia, Matias Traut, Felipe Guedes, Bruno Aranha, Ivan Huol, Ivan Bastos, Lorena Martins, Leandro Tigrão, Arthur Carneiro, Wadson Calasans, Samuel Cabral e Gabi Guedes. Depois do tema de abertura, a banda tocando um repertório de respeito, que incluiu “On green dolphin street” (Bronislaw Kaper) e “Eighty One” (Miles Davis).
O samba dobrado de “Incompatibilidade de gênios” (João Bosco) foi marcado pela chegada triunfal do trompetista Joatan Nascimento, além das canjas de Leandro Tigrão na flauta e Artur Carneiro no baixo. Joatan ainda aproveitou pra mostrar seu talento no pandeiro. É... A coisa não parava de esquentar! A festa continuou com “Footprints” (Wayne Shorter), uma das músicas mais tocadas nas nossas jams, com Alexandre Montenegro no baixo, Lorena Martins na bateria, Luan Costa nos timbales e Gideão Evangelista no sax tenor.
A festa era da música e não faltaram vocais lindos durante a noite. As cantoras Manuela Rodrigues e Claudia Cunha entraram em cena e interpretaram juntas duas composições de Tom Jobim: “Promessas” e “Esse teu olhar”, com Ícaro Sá nas congas. Entre uma canção e outra, rolou poesia feita pelo artista Alex Simões e a canja do baterista francês Laurent Rivemales em “Softly, as in a morning sunrise” (Abbey Lincoln). O clarinetista Ivan Sacerdote fez um lindo dueto com o flautista Leandro Tigrão nos choros de Pixinguinha e Jacob do Bandolin: “Hum a zero” e “Doce de coco”.
Já nos acréscimos do segundo tempo o palco ainda fervia! A cantora Ana Paula Albuquerque trouxe Caetano pro repertório, com “Trilhos Urbanos”, e depois dividiu o microfone com Gabi Guedes em “Emoriô” (João Donato), com participação do baterista André Magalhães e do lindo coro entoado pelo público! Festa da música é assim; todo mundo ganha presente. Valeu!!! E parabéns pra todos nós, né não?
Essa edição da JAM no MAM foi mais uma vez financiada pelo seu público através da campanha FÃ da JAM e tem apoio do Museu de Arte Moderna da Bahia.