Uma JAM no MAM de sons, encontros e liberdade musical
Sob o pôr do sol do último sábado (11/10), a JAM no MAM mais uma vez transformou a Praça Maestro Letieres Leite do MAM Bahia em um palco de celebração à música instrumental brasileira.
Quem deu início à noite foi o grande sanfoneiro baiano Cicinho de Assis, que conduziu o público por uma viagem sonora entre o sertão e o jazz. Com sua sanfona sempre virtuosa e lírica, Cicinho apresentou um repertório que fez a sonoridade nordestina brilhar.
O artista trouxe interpretações lindas para clássicos como “Lamento Sertanejo” (Dominguinhos e Gilberto Gil), “Feira de Mangaio” (Sivuca e Glorinha Gadêlha) e “Assum Preto” (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira), que ganharam arranjos repletos de frescor e improvisação. Acompanhado por Anderson Silva (bateria), Barará (triângulo), Dal (zabumba), Felipe Moreno (baixo) e Tarcísio Santos (guitarra), Cicinho fez da sanfona um instrumento de múltiplas vozes — ora sertaneja, ora jazzística, mas sempre pura emoção.
O início da jam session propriamente dita aconteceu quando o clarinetista Ivan Sacerdote, da banda Geleia Solar, se juntou ao grupo para interpretar “João e Maria”, de Chico Buarque. Logo depois toda a banda anfitriã da JAM no MAM assumiu o palco para trazer ainda mais referências musicais – como “Palhaço”, de Egberto Gismonti, e “James”, de Path Metheny.
Com uma formação que reuniu Alana Gabriela, Ivan Bastos, Érica Sá, Fernando Miranda, Ivan Huol, Ivan Sacerdote, Lorena Martins, Lucas Declié, Luizinho Assis, Rosa Denise, Rowney Scott e Tarcisio Santos, a Geleia Solar conduziu uma sequência vibrante de improvisos, com a participação espontânea de instrumentistas e cantores convidados.
Entre artistas que deram canja do início ao fim da noite, Júlia de Assis interpretou “Drão”, de Gilberto Gil, Pedro Moraes celebrou o aniversário de Cartola cantando “As Rosas Não Falam”, e Ana Paula Carneiro trouxe presença interpretando "Se Você For da Bahia", de Ivan Huol e Gil Vicente Tavares. Também teve a participação de Ruan Andrade tocando e cantando "O Pato", de Jayme Silva e Neuza Teixeira, numa interpretação bem ao estilo bossa-nova raiz, com canja de Estevam Dantas ao piano.
As imagens da fotógrafa Lígia Rizério revelam o clima vibrante da edição. Quem não esteve com a gente, uma boa notícia: A edição foi transmitida ao vivo sob direção de João Tatu, e pode ser revista na íntegra no canal da JAM no YouTube. É só clicar aqui!
A próxima JAM já tem data e inspiração: no dia 25 de outubro, a Geleia Solar homenageia Milton Nascimento, revisitando sua obra com liberdade, emoção e improviso no pôr do sol do MAM. O show antecede o aniversário do artista mineiro e promete unir, mais uma vez, as sonoridades de Minas e Bahia em uma celebração musical que já é marca registrada do projeto.
A JAM no MAM é uma realização da Huol Criações, com patrocínio da Petrobras e do Governo Federal, através do Ministério da Cultura e da Lei de Incentivo à Cultura, e conta com o apoio do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC) e do Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA).