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Arte da JAM no MAM Arte da JAM no MAM

Nosso baixista fala de sua experiência na JAM no MAM

A Jam no MAM nasceu, cresceu, deu frutos e, com o passar dos quase 20 anos, se transformou em um evento de grande importância na cena cultural de Salvador. É como se fizesse parte da vida comum das pessoas comuns da Soterópolis. Como se fosse o cheiro do azeite de dendê no fim de tarde, o som da batucada no buzu, essas coisas. Quantas figuras vindas de vários lugares do planeta aparecem e dão um show, tanto no papel de artistas quanto no papel de público? Todos sempre muito interativos!

A importância da JAM na minha vida é percebida em várias faces. Uma primeira face, óbvia, é a importância no meu desempenho como músico, compositor/instrumentista. Sem essa frequência semanal, estando exposto a inúmeros desafios a cada sessão, dificilmente eu manteria uma prática tão intensa e constante, que contribui enormemente com a qualidade do meu desempenho e com a minha maneira de tocar, sem falar na imensa inspiração proporcionada pelo contato com tantos músicos maravilhosos, inclusive me levando a apresentar um projeto de pesquisa que resultou no meu trabalho para o Mestrado Profissional em Música da Escola de Música da UFBA.

Uma segunda face se percebe na dimensão pedagógica, na formação de novos músicos. O espaço da JAM permite que jovens músicos entrem em contato com a música instrumental e vocal, que, naquele ambiente, é direcionada, sobretudo, para a criatividade individual através da improvisação, fazendo a ponte com músicos mais experientes e de estilos distintos, coisa que dificilmente seria possível no mainstream musical baiano.

Ivan Bastos em ação na Banda Base. Fotos Márcio Lima.

Uma terceira face nota-se na sensibilização do público que frequenta a JAM. Abrir os ouvidos para um estilo musical que não encontra respaldo nas mídias tradicionais e perceber as interações entre os diversos atores musicais decorrentes desse estilo criativo, no qual cada música é apresentada de diversas formas, às vezes na mesma performance, não tem preço.

Eu poderia falar também sobre a dimensão social da JAM. A atual estrutura da JAM, no formato escolhido para essa segunda fase, iniciada em 2007, ofereceu muitas oportunidades de geração de renda a dezenas de famílias envolvidas no projeto, seja na área da produção, divulgação, montagem, bilheteria, segurança, paramédicos, técnicos de som, VJs, músicos, alimentação etc. Muitas dessas famílias são da comunidade do Solar do Unhão e cercanias.

São muitos os aspectos que fazem da JAM no MAM um projeto vital para a cena cultural da nossa cidade, daí a necessidade de nos unirmos em um só coro com todos aqueles que acreditam na transformação do ser humano através da arte, e cantar: vida longa à JAM no MAM!

Ivan Bastos
Compositor/Baixista da JAM no MAM
Coordenador e Professor do Bacharelado em Música Popular da UFBA

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