Pesquisa descreve perfil do público da JAM!
Você sabe quem é você nessa multidão? Quer dizer, você saberia descrever com precisão quem são as pessoas que garantem semanalmente o sucesso da JAM no MAM, frequentando, curtindo, divulgando e valorizando a música instrumental made in Bahia?
Talvez ninguém possa, com precisão, definir o perfil do frequentador da JAM no MAM, mas podemos tentar traduzir em números e ideias algumas das suas características. E foi exatamente isso que fez o estudo “A Jam No Mam: Juventude e Consumo de Música Alternativa em Salvador”, coordenada pelo Prof. Sergio Sobreira Araujo numa atividade prática da disciplina Oficina de Análise de Públicos e Mercados Culturais, que integra a grade curricular do bacharelado em Comunicação Social, habilitação em Produção Cultural.
O objeto de estudo foi o delineamento do perfil do público da JAM no MAM, estabelecendo algumas considerações de caráter preliminar sobre as relações entre a juventude de Salvador e o consumo de música não hegemônica.
Entre outros dados coletados, verificou-se que a maioria – 67 % – do público reside em bairros de classe média de Salvador (orla atlântica e região central). Há uma presença importante de turistas – 10% do público total do evento, o que em parte pode ser creditado ao fato da pesquisa ter sido realizada na alta estação turística (verão).
A maioria do público mostrou-se plenamente satisfeita com o evento. O grau de insatisfação foi muito baixo, somente duas pessoas fizeram tal indicação, sendo uma delas parcialmente. O serviço e a instalações foram os mais bem avaliados, seguidos da localização e do público. Foi analisado ainda o gosto musical dos entrevistados que responderam sobre os gêneros e artistas de preferências, constituindo o habitus da amostragem populacional estudada. Nesse ponto da pesquisa, emergiu um conjunto de informações que corrobora com todo o delineamento prefigurado: foram raríssimas as citações a artistas que integram o mainstream, enquanto que cantores e bandas dos circuitos alternativos foram frequentemente citados, ou seja, o evento atrai e aglutina uma parcela da população que, de fato, se interessa por sonoridades e estéticas musicais não hegemônicas.
A pesquisa foi realizada pela turma do semestre 2012.2, entre os meses de novembro de 2012 e março de 2013, atendendo a convite formulado por Cacilda Póvoas, diretora de produção da Huol Produções, empresa que organiza a JAM no MAM, e que contou com a anuência do titular da disciplina, Sergio Sobreira Araujo, e o pleno engajamento da turma4. Confira a pesquisa completa aqui.